sexta-feira, 30 de março de 2012

Prioridades de Financiamento - OPA sobre a Brisa

Todos sabemos que a banca está com falta de capital, o que leva a que haja menos dinheiro emprestado à economia. Este facto levou a uma necessidade de "recapitalização" da banca (resta saber onde foi parar esse capital, para estarem hoje descapitalizados). Ora, o Governo anterior e este Governo disponibilizaram garantias do Estado para que a banca se pudesse financiar a juros mais baixos.

Sabemos também que a negociação da recapitalização da banca foi fruto de muita discussão e está incluída no programa de assistência assinado com a Comissão Europeia, FMI e BCE.

Ao longo do último ano, foram várias as notícias que deram conta que vários bancos utilizaram a garantia do Estado para se financiarem. BES-1; CGD-1; BANIF-1; BCP-1; BES-2; CGD-2; BES-3; BCP-2;

Ou seja, o Estado Português está a dar garantias que paga caso os bancos não possam pagar para que esses mesmo bancos se possam financiar e injectar dinheiro na economia. Se isto está correcto ou não, não tenho opinião formada. Agora que se trata de uma interferência do Estado no negócio entre privados, lá isso trata.

Bem sei que esta decisão não é do actual Primeiro Ministro. Mas foi este Primeiro Ministro que afirmou que "Nós não queremos um Estado que apoie algumas empresas e não outras."
O que está agora a acontecer é exactamente isso. O Estado está a apoiar um conjunto de empresas e outras não. Ora vejamos: A banca não tem matéria prima para vender, o Estado ajuda a banca a adquirir matéria prima. Um restaurante não tem carne para vender, o Estado não o ajuda a comprar a carne que precisa para vender as refeições.
Repito, esta decisão não partiu do actual Governo, já vinha de trás e é uma medida aceite, sugerida e posta em prática para lá da nossa fronteira.

O que me levou a escrever, não é o facto de haver uma linha de financiamento para a banca apoiada pelo Estado. Mas sim o destino que está a tomar esse finaciamento conseguido com a ajuda do Estado.

Isto porque o Estado Português (todos nós) anda pagar juros de um empréstimo de 12 mil milhões de euros da Troika que estão disponíveis para serem utilizados pela banca. Anda o Estado Português a assumir um risco de incomprimento por parte dos bancos quando dá uma garantia e depois o pouco dinheiro que a banca tem disponível para emprestar vai para meia dúzia de empresas/organizações. Isso é que está errado!

O Governo comprometeu-se a ter "uma palavra a dizer nas prioridades de concessão de crédito" quando a banca pedia ajuda ao Estado e neste caso acho que devia dizer se concorda, ou não, com a prioridade que 3 bancos: BCP, BES e CGD estão a dar aos seus escassos recursos num empréstimo ao Grupo Económico José de Mello na OPA sobre a Brisa. Estamos a falar de um valor na casa dos 450 milhões de euros que poderão ir de uma vez só para um único negócio entre particulares em Portugal.

Isto, num momento em que sabemos que o crédito está a diminuir, os spreads a aumentar e a recessão a colocar em alerta o processo de recapitalização da banca.

Curioso é o facto de o BPI, banco que até agora se negou a utilizar a garantia do Estado ter ficado fora deste negócio. Se calhar, tem outras prioridades, deverá ser a influência Espanhola La Caixa...

P.S. As fontes utilizadas nos pedidos de garantia do Estado (comunicação social) não são os melhores, mas essa informação deverá estar disponível na CMVM.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Human Rights

“Those who fight today against torture, poverty and discrimination are not giants or superheroes. They are people—kids, mothers, fathers, teachers—free-thinking individuals who refuse to be silent, who realize that human rights are not a history lesson, they’re not words on a page, they’re not speeches or commercials or PR campaigns. They are the choices we make every day as human beings. They are the responsibility we all share, to respect each other, to help each other and to protect those in need.”



I am a free-thinking individual who refuse to be silent. Nevertheless, I can and I must do much more!!!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Bloqueio vrs bloquear

Só um cego é que não vê os bloqueios e agarrões que existem no futebol. Seja do Benfica, do Sporting ou de outro clube qualquer.

Agora, dizer que não existem quando existem é no mínimo ridículo. Foi isso que fez o treinador do Benfica no dia de ontem. Admite que existem bloqueios por parte dos seus jogadores como foram de se libertarem dos agarrões dos adversários. Ou seja, está-se a desculpar com os erros dos outros.

Diz ainda que: "Nas leis do jogo não existe a palavra bloqueio. Existe sim antecipação. Isto é uma forma de alertar para a qualidade das nossas bolas paradas. Não trabalhamos bloqueios, isso é no basquetebol."
e
"O que há é antecipações, diretas ou de espaço"

Ora, isto é mentira! Nas leis de jogo existe de facto a palavra bloquear. Vejam na página 116 das regras do jogo.

"Por “impedir a progressão de um adversário” entende-se colocar-se na trajetória do adversário para o obstruir, bloquear, abrandar a sua corrida, ou obrigá-lo a mudar de direção, sem que a bola se encontre a uma distância jogável para ambos os jogadores."

Diz ainda na página 37, referente aos livres indirectos o seguinte:

"Um pontapé-livre indireto será igualmente concedido à equipa adversária quando, no entender do árbitro, um jogador:
• impedir a progressão de um adversário"

Não se trata apenas do último jogo entre o Benfica e Porto. Se virem as imagens do jogo do campeonato entre o benfica e porto, no 2º golo do benfica o Luisão está fora-de-jogo no momento em que o livre é marcado, não se faz à bola, fica parado literalmente a tentar "impedir a progressão de um adversário". Admito que o árbitro não marque, nem o fora-de-jogo nem o bloqueio. Agora, atirar areia para os olhos das pessoas é que não.

Vejam com os vossos próprios olhos a repetição da jogada (1:50), vista de trás da baliza. Qual é a intenção que o Luisão tem em jogar a bola? Nenhuma!

Ou seja, a bola não estava jogável, o jogador não estava a ser agarrado e o jogador colocou-se em fora-de-jogo numa posição de modo a obstruir/bloquear a passagem dos jogadores adversários. Logo, deveria ter sido assinalada falta neste segundo golo do benfica.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Portugal de volta aos mercados II

Aqui está a notícia que corrobora o que disse no passado dia 6 de Março.

O nosso Primeiro Ministro já teve a bênção de Ricardo Salgado, que venham os milhões!

Aqui está outra.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo

Já sabemos (ou prevemos) quanto custou ao Estado (todos nós) os crimes (alegadamente) praticados no BPN. A última fatia foram 600 milhões de Euros no início de 2012. Isto, para salvar uma empresa que será privatizada por 40 milhões de Euros.

Hoje, sabemos que o Governo quer privatizar os Estaleiros de Viana do Castelo. Uma empresa pública com capitais próprios negativos de aproximadamente 100 milhões de Euros. Resta saber por quanto a venderão. Tal como no caso da EDP, da CP, Águas de Portugal, REN, TAP, ANA, Pavilhão Atlântico, este Governo está com pressa em alienar património para que possa "resolver os problemas um de cada vez". Isto claro, de modo a cumprir o programa da Troika (só algumas medidas é que são para cumprir, a TSU e a redução dos pagamentos à EDP fica para depois).

Sabemos que no caso BPN a privatização, para além do gasto de dinheiro público durante todo o processo, significa a dispensa de 50% dos trabalhadores. Resta agora saber o que significa "salvaguardar o maior número de postos de trabalho possível". Serão 20%? 80%? 100%? Cá estaremos para ver.

O facto de vender património do Estado ao desbarato não me surpreende, não é de hoje.

O que me surpreende é o facto de o Ministro da Defesa admitir publicamente que ao longo dos últimos meses andou a ouvir diversos candidatos para a compra dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Disse até, por lapso, que já tem algumas propostas (corrigindo logo a palavra propostas para intenções) à privatização.

- Ora, como pode um governo ter manifestações de intenções/propostas por uma empresa quando não se sabe que a empresa está em processo de privatização?

- Quem foram as empresas/grupos que tiveram acesso a esta informação? A esta intenção de venda? Que critério utilizou o governo para escolher o conjunto de empresas/grupos a quem disse que estava interessado em vender os estaleiros?

- Será isto um exemplo de transparência nas privatizações, quando um conjunto restrito de empresas/grupos têm a acesso a informações antes de os restantes grupos/empresas?

- Tratando-se de um concurso internacional para a venda da empresa pública, como poderá ser o processo de privatização justo e transparante quando existem neste momento empresas/grupos com informações sobre o processo de privatização?

O Ministro da Defesa diz ainda que "nas próximas 8 semanas será possível fechar o modelo de privatização".

Como poderá ser feito um modelo de forma isenta quando já se ouviram algumas propostas, ups intenções, de compra da empresa?

terça-feira, 13 de março de 2012

Ideia engraçada

Ontem vi uma publicação no facebook com uma ideia engraçada. Já tinha pensado em algo do género para captar a evolução da gravidez, mas não desta forma.

Aqui fica o filme.

domingo, 11 de março de 2012

Vietame? Onde fica isso?

Quando um dia destes fui ao continente, reparei que havia um peixe de origem duvidosa.

Vietame? Onde fica esse país?

terça-feira, 6 de março de 2012

Portugal de regresso aos mercados

Todos nos lembramos da reunião em que os principais banqueiros em Portugal decidiram cortar o financiamento ao Estado Português.

Um ano passado, o BCE dá crédito ilimitado aos bancos a taxas de juro de 1%. Os bancos Portugueses (e os restantes) que apresentem "activos suficientes e elegíveis como colaterais" podem-se financiar a taxas de juro de 1%.

Ou seja, podem comprar dinheiro a 1% e vender, por exemplo, a 4.5% (ganhando 3.5%) nos leilões que o Estado Português venha a fazer nos próximos tempos.

Aqui está uma excelente notícia para o Governo de Passos Coelho. Se conseguir convencer os banqueiros Portugueses (sabe-se lá como...privatizações? Isenções?...muita forma) a emprestarem dinheiro ao Estado Português, além de ganharem muito dinheiro (imaginem 4% ao ano de 20 mil milhões de euros, são 800 milhões de euros num ano apenas com dinheiro do BCE) podem também salvar o Governo de Pedro Passos Coelho.

Daqui a uns meses voltamos a este tema. Será que estou a adivinhar o que irá acontecer?

Porque é que eu não posso ser "banco"? Ia buscar dinheiro ao BCE a 1% e vendia a 5% sem qualquer perigo, se o Estado não pagar fica o BCE a arder, qual seria a consequência? Julgo que nenhuma!

Aqui está uma boa forma de ir sacar dinheiro aos contribuintes e dar aos banqueiros.

Siga...

P.S. Quem é que irá negociar estes empréstimos? Já estou a imaginar a fila de notáveis pronto para as comissões...ups, negociações!