quarta-feira, 4 de abril de 2012

Preço da gasolina e memória política

Deixo aqui escrito que não me surpreenderia se no final de 2012 o preço da gasolina fosse de 2€ o litro. Nada mesmo, ao ritmo que os combustíveis crescem, facilmente chegamos lá.

Disse o candidato a presidente do PSD, Passos Coelho, em 2008 o seguinte:

"Espero que o Governo proceda com a maior urgência à alteração do ISP no sentido de evitar danos ainda mais graves do que aqueles que já se estão a fazer sentir com os preços dos combustíveis (...) É o único instrumento que o Governo tem para actuar rapidamente nesta área, é a única coisa que permitirá que nos próximos meses evitar uma situação de colapso económico que se está a gerar à volta do preço dos combustíveis"

Acrescentou que: "O que será nos próximos meses se esta tendência de evolução dos preços se mantiver?"
Ao qual respondeu: "um colapso na economia portuguesa".

Um outro candidato à presidência do PSD e ex-Primeiro Ministro, Pedro Santana Lopes, disse o seguinte:

"Tenho que ter muita paciência para ouvir as coisas que as pessoas dizem sem saber do que falam (...) se [Pedro Passos Coelho] sabe do que fala, está a errar de propósito. Se não sabe, está a errar sem querer. Mas que está a errar, está a errar"

Acrescentou ainda: "Eu estou muito preocupado há muito tempo com a subida do preços dos combustíveis, mas não podemos é dizer ao Governo para fazer aquilo que não pode ou não deve ainda fazer"

Não nos devemos esquecer, que Pedro Santana Lopes foi o Primeiro-Ministro que se seguiu ao Governo de Durão Barroso, governo esse que decidiu a liberalização dos preços dos combustíveis com o argumento de que os preços iam descer.

Pedro Santana Lopes, concluiu dizendo que "Pedro Passos Coelho ao mesmo tempo defender um Estado liberal e "passar a vida a dizer que o Estado deve intervir na taxação dos preços"."

Passados 4 anos destas declarações, temos o 3º combustível mais caro antes de impostos da União Europeia.

No passado dia 19 de Março de 2012, o actual Primeiro Ministro disse que a questão dos preços dos combustíveis é "matéria que não depende da intervenção do Governo".

E como caminho a seguir diz que "é muito relevante que o País de uma maneira geral saiba tornar-se mais eficiente na utilização da energia e encontrar alternativas aos combustíveis fósseis"

De metro e de autocarro não é de certeza. Caso contrário não se tinham aumentado os preços dos bilhetes 30% no ano passado, reduzido horários, e diminuído o número de carruagens.

Quanto à intervenção do Estado num mercado que supostamente é regulado e concorrencial (digo supostamente, porque se o é, não parece) não acontece, porque o Governo não quer.

E a prova disso é a notícia de hoje, que dá conta que o Ministério da Saúde vai impor um corte de 12% no preço dos medicamentos.

Se o Estado como comprador de medicamentos pode impor um corte de 12% no preço dos medicamentos, porque não pode como comprador de energia impor um corte no preço a pagar pela energia? (seja energia eléctrica ou combustíveis fósseis)

Não se trata de não poder, trata-se de não querer.

2 comentários:

  1. Eu continuo contra a imposição dos preços na saúde. Também contra a imposição de preços nos combustíveis. MAS também contra a limitação no nº de postos de gasolina, principalmente dos ditos 'marcas brancas'.

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  2. Gostaria de informar um site que ajuda a encontrar medicamentos mais baratos nas farmácias online.

    http://www.maispreco.com

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