Em 2010, no XXXIII Congresso Nacional do PSD, em que Pedro Passos Coelho foi eleito Presidente do PSD, o próprio Pedro Passos Coelho disse o seguinte (pág.9):
"Nós queremos o Estado fora dos negócios. Nós não queremos um Estado que apoie algumas empresas e não outras. Nós não queremos um Estado que manda na Administração e, por via indirecta, ainda nomeia gestores de empresas privadas e que discute ao longo das semanas nas páginas dos jornais quem são os senhores ex-ministros que podem por essa via ser nomeados presidentes de empresas privadas."
Uns meses após ser eleito Primeiro Ministro de Portugal a EDP é privatizada. A privatização já estava prevista no Orçamento de Estado de 2011 que o PSD viabilizou na Assembleia da República. Para quem não se lembra, na negociação do OE entre o PS e o PSD, o PSD foi representado por Eduardo Catroga. Ora, nessa altura, Eduardo Catroga fazia parte do conselho de supervisão da EDP. Portanto, um elemento de uma empresa privada/pública, sugere que o Estado privatize a empresa onde trabalha. Sabe-se lá que interesses estaria a proteger. Seriam os do Estado (sugerindo a venda?) ou a dos privados (utilizando a posição que tinha no PSD para privatizar o resto da empresa)? Uma bela salganhada diria eu!
Após a privatização, há um conjunto de personalidades portuguesas que são propostas para o conselho geral da EDP (recém privatizada). Curiosamente, o senhor que negociou a privatização da EDP no OE2011, que propôs a privatização no programa de governo do PSD, que negociou a privatização da EDP no acordo com a Troika, é escolhido para Chairman dessa mesma empresa. Curiosidade, claro está. Mas os nomes ligados ao PSD não se ficam por aqui, há mais! Até o ex-patrão de PPC foi escolhido para a supervisão da EDP.
Nessa altura, o PM Passos Coelho, disse que o Estado nada tinha a ver com as escolhas dos privados, embora tenha sido informado. Dizem os escolhidos que a escolha nada teve a ver com a carreira política, mas sim com a carreira profissional. Mas, o próprio Eduardo Catroga diz não entender porque apareceu o nome de Celeste Cardona nas listas para o conselho geral de supervisão da EDP.
Tudo isto, para relembrar o que era a convicção de PPC quando foi eleito Presidente do PSD e o que foi entretanto a posição do Governo liderado por PPC sobre as nomeações de pessoas ligadas ao PSD para a EDP.
Agora, passo a explicar o motivo porque acho que isto não faz sentido nenhum!
Ora, ontem estava ver o telejornal da RTP1 quando deu uma notícia sobre a intenção da ENI vender a posição que tem na GALP.
Já sabemos que o Governo liderado por PPC quer o Estado fora dos negócios. Ora, a ENI é uma empresa privada e a GALP tem a esmagadora maioria do capital em mãos de privados. Restam 8% de participação pública na GALP.
Mas, se ouvirem as declarações do administrador da Sonangol (Baptista Sumbe), o próprio diz que o governo Português tem intenções "em manter alguma presença desta alienação da ENI através de empresas Portuguesas". O Governo Português tem intenções de manter alguma presença na GALP na alienação da ENI? Mas afinal o Governo Português quer o Estado fora dos negócios? Ou está-se a meter no negócio de venda de uma posição privada numa empresa privada?
Será que nenhum jornalista/deputado ouviu isto? Não há ninguém que questione o governo?
"Nós queremos o Estado fora dos negócios. Nós não queremos um Estado que apoie algumas empresas e não outras. Nós não queremos um Estado que manda na Administração e, por via indirecta, ainda nomeia gestores de empresas privadas e que discute ao longo das semanas nas páginas dos jornais quem são os senhores ex-ministros que podem por essa via ser nomeados presidentes de empresas privadas."
Uns meses após ser eleito Primeiro Ministro de Portugal a EDP é privatizada. A privatização já estava prevista no Orçamento de Estado de 2011 que o PSD viabilizou na Assembleia da República. Para quem não se lembra, na negociação do OE entre o PS e o PSD, o PSD foi representado por Eduardo Catroga. Ora, nessa altura, Eduardo Catroga fazia parte do conselho de supervisão da EDP. Portanto, um elemento de uma empresa privada/pública, sugere que o Estado privatize a empresa onde trabalha. Sabe-se lá que interesses estaria a proteger. Seriam os do Estado (sugerindo a venda?) ou a dos privados (utilizando a posição que tinha no PSD para privatizar o resto da empresa)? Uma bela salganhada diria eu!
Após a privatização, há um conjunto de personalidades portuguesas que são propostas para o conselho geral da EDP (recém privatizada). Curiosamente, o senhor que negociou a privatização da EDP no OE2011, que propôs a privatização no programa de governo do PSD, que negociou a privatização da EDP no acordo com a Troika, é escolhido para Chairman dessa mesma empresa. Curiosidade, claro está. Mas os nomes ligados ao PSD não se ficam por aqui, há mais! Até o ex-patrão de PPC foi escolhido para a supervisão da EDP.
Nessa altura, o PM Passos Coelho, disse que o Estado nada tinha a ver com as escolhas dos privados, embora tenha sido informado. Dizem os escolhidos que a escolha nada teve a ver com a carreira política, mas sim com a carreira profissional. Mas, o próprio Eduardo Catroga diz não entender porque apareceu o nome de Celeste Cardona nas listas para o conselho geral de supervisão da EDP.
Tudo isto, para relembrar o que era a convicção de PPC quando foi eleito Presidente do PSD e o que foi entretanto a posição do Governo liderado por PPC sobre as nomeações de pessoas ligadas ao PSD para a EDP.
Agora, passo a explicar o motivo porque acho que isto não faz sentido nenhum!
Ora, ontem estava ver o telejornal da RTP1 quando deu uma notícia sobre a intenção da ENI vender a posição que tem na GALP.
Já sabemos que o Governo liderado por PPC quer o Estado fora dos negócios. Ora, a ENI é uma empresa privada e a GALP tem a esmagadora maioria do capital em mãos de privados. Restam 8% de participação pública na GALP.
Mas, se ouvirem as declarações do administrador da Sonangol (Baptista Sumbe), o próprio diz que o governo Português tem intenções "em manter alguma presença desta alienação da ENI através de empresas Portuguesas". O Governo Português tem intenções de manter alguma presença na GALP na alienação da ENI? Mas afinal o Governo Português quer o Estado fora dos negócios? Ou está-se a meter no negócio de venda de uma posição privada numa empresa privada?
Será que nenhum jornalista/deputado ouviu isto? Não há ninguém que questione o governo?
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