Para mim é inevitável, o FMI vai mesmo entrar em Portugal.
O motivo pode parecer estranho, mas não é para salvar o País, nem muito menos o Euro. O motivo é só um: salvar a Alemanha (e também a França).
Num ano em que foi preciso "salvar" a Grécia e a Irlânda a Alemanha cresceu mais do que nos últimos 18 anos. No ano 2009 o PIB Alemão recuou 4.7% e no ano 2010 cresceu 3.6%. Uma recuperação espetacular. Facto estranho? Nem por isso.
A Alemanha aumentou o investimento público e o consumo privado teve um ligeiro aumento. O que fez a diferença foram as exportações, o que por arrasto fez aumentar o investimento privado.
Grande parte das exportações da Alemanha são de produtos manufacturados (automóveis, aviões, peças para automóveis, medicamentos, máquinas agriculas) e 60% das exportações são para o mercado comunitário.
No ano 2010 essas exportações cresceram acima de 2 dígitos para os países comunitários. Só no último trimestre o crescimento foi de 21.5%.
Moral da história, há que assegurar que os restantes países continuam a conseguir financiamento, para enviarem o dinheiro para a Alemanha. O que iria acontecer se não conseguissemos financiamento? Teriamos que reduzir o consumo. Quem perdia com isso? Quem nos vende os produtos. Logo, se pensarmos num ciclo, o FMI empresta a Portugal/Grécia/Irlanda/Espanha, os Portugueses/Gregos/Irlandeses/Espanhóis podem continuar a comprar Mercedes/Casacos/Ben-u-rons/etc e o dinheiro vai parar a Alemanha.
Belo negócio não há dúvidas.
Já agora, sabem qual era a percentagem de endividamento externo da Alemanha no final de 2009? 77.2%! Em Portugal era de 75.2%. Sabem qual era a dívida externa da Grécia? 126.8%. Da Itália? 115.2%. Da Bélgica? 97.6%. Da França? 77.5%. Até Israel, os supra-sumos em tudo, tinham uma dívida externa de 78.4%. Estamos a falar de dívida externa do Estado.
Não há líderes políticos corajosos, capazes de colocarem os interesses do País em primeiro lugar, estão é preocupados com interesses partidários. Uma cambada de mansos...
Assim sendo, que venha o FMI.
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