Nas últimas semanas tem-se falado muito em Portugal de desemprego e de educação.
Vou partilhar alguns dados convosco da educação e do emprego.
Nesta tabela podemos ver a diferença entre Portugal, Espanha e Europa dos 27 no ano de 2009.
E vocês perguntam: Quem é a Europa dos 27? É uma Europa com a Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica (países que consideramos ricos), mas também com a Grécia, Hungria, Eslovénia, Eslováquia, Lituânia, Estónia, Letónia, Bulgária, Chipre, Roménia e Polónia (países com PPP próximos do nosso). Portanto a EU27 não é só composta por países "ricos", por isso se estes últimos países tiverem taxas semelhantes às nossas, imaginem como não será nos tais países "ricos".
Relativamente aos empregados podemos ver em Portugal 62% dos empregados tem no máximo 9 anos de escolaridade completos. Na Espanha esse número fica-se pelos 39% e na Europa 21%. Temos apenas 18% de empregados com ensino superior concluído enquanto a Espanha tem 37% e a Europa 29%.
Quanto aos empregadores a diferença é ainda mais relevante. Em Portugal 79% dos empregadores não tem mais do que 9 anos de escolaridade completos, enquanto na Europa esse número não passa de 27%, praticamente um terço. Quanto os empregadores com cursos superiores na Europa representam 28% do total de empregadores, enquanto que em Portugal é de apenas 11%.
Temos por um lado uma herança do passado, na falta de aposta na educação, durante muitas décadas. Não esquecer que até há pouco mais de uma década o ensino mínimo obrigatório era de apenas 6 anos, tendo passado para 9, e recentemente para 12. E por outro a inércia das pessoas (trabalhadores e empregadores) que não gostam de voltar à escola para adquirir novos conhecimentos e novas competências.
Mas para alguns iluminados a falta de competitividade do país diz respeito ao salário abusivos que os trabalhadores recebem, à falta de flexibilidade das leis laborais, à TSU ou então ao facto de não termos o mesmo fuso horário dos restantes países europeus (também já ouvi esta).
Se virmos os dados do desemprego em Portugal no primeiro trimestre do ano, podemos observar que 67% dos desempregados tem no máximo 9 anos de escolaridade completos, 20% 12 anos e os restantes 12% com cursos superiores.
Será que não vale a pena estudar? Investir na Educação? Não tenho dúvidas que sim. O melhor seria estudar numa Universidade em que as pessoas confiam, mas nunca será melhor ter apenas o 12º ano a ter um curso superior numa escola menos boa, e nunca será melhor ter apenas o 9º ano do que o 12º ano e assim sucessivamente.
Se há défices no nosso País o da educação é o maior e deve ser combatido. É uma luta que não se ganha num ano, nem mesmo em 5, mas se não for combatida desde já daqui a 20 anos estaremos claramente mais pobres do que hoje.
P.S. Ao escrever este post tive uma ideia a explorar no meu trabalho de investigação.
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