O Presidente do Fórum para a Competitividade propõe uma redução da Taxa Social Única (TSU) de 20%, passando a ser 3.75%. Para compensar a descida da TSU propõe que se crie apenas 1 escalão de IVA a 25%, como se faz na Dinamarca.
É óbvio para todos que se os custos do trabalho forem reduzidos, as empresas são mais competitivas. Neste exemplo, da descida da TSU em 20%, como diz e bem o Sr. Ferraz da Costa, teríamos "efeitos equivalentes na competitividade a uma desvalorização de 20%". Correcto!
O que gostaria de saber é qual é a percentagem do gasto com salários no total de gastos da empresa. Isto é que eu gostaria de saber, ou seja: Qual a percentagem de redução nos gastos totais das empresas com a descida de 1% da TSU, por exemplo. Isto nos vários sectores. Há sectores com mão de obra intensiva e por isso o gasto com salários é superior a outros sectores.
E porque é que eu digo isto? Porque se pensarmos que as empresas se tornam mais competitivas temos de assumir que elas competem num qualquer "campeonato". Quem são os países nesse campeonato? Queremos ser competitivos com quem?
-Com a Dinamarca? Alemanha? Holanda? Finlândia? Países que têm uma balança comercial positiva? (Importações-Exportações>0)
-Com a Bélgica? Áustria? Luxemburgo? Suécia? UK? Itália? França? Irlanda? Países que têm um salário mínimo, no mínimo duas vezes o Português?
-Nestes países acima o salário médio é muitas vezes 4 vezes mais do que o salário médio de um Português. Querem competir com estes países? Com salários médios de 800€? A nossa falta de competitividade não vem de termos salários elevados, vem de outra coisa.
Mas claro, podemos sempre querer competir com países como a Hungria, Lituânia, Letónia, Estónia, Ucrânia, Bielorrússia, quem sabe China? É este o benchmark dos empresários Portugueses?
Enfim já não há paciência para aturar esta gente, depois queixem-se que o Governo tem culpa de os cerebros estarem a abandonar o país. Realmente tem culpa, devia por esta gentinha toda na ordem e não o faz.
Mas o mais extraordinário desta notícia não é isto, é o facto de dizer o seguinte:
"Propomos uma redução da TSU de 20 pontos percentuais e poderíamos, a longo prazo, esperar um acréscimo de emprego de 10%, de cerca de 500 mil novos postos de trabalho",
Mas como é que não houve uma única pessoa a pensar nisto? Será possível? Reduzir/eliminar o salário mínimo (que é altíssimo) já tinha ouvido, agora reduzir a TSU para 3% e o desemprego baixa para a casa dos 3.5%-4% (dependendo do número de população activa), esta é nova.
O País da Europa com menor taxa de desemprego é a Holanda, com 4.2%. Nós podemos dar baile a esta gente toda. Basta seguir esta ideia.
Eu promovia este senhor a Ministro de Estado, da Economia, das Finanças, do Emprego e da Segurança Social. E daqui a 4 anos no final do mandato a Prémio Nóbel da Economia.
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