Todos sabemos que a banca está com falta de capital, o que leva a que haja menos dinheiro emprestado à economia. Este facto levou a uma necessidade de "recapitalização" da banca (resta saber onde foi parar esse capital, para estarem hoje descapitalizados). Ora, o Governo anterior e este Governo disponibilizaram garantias do Estado para que a banca se pudesse financiar a juros mais baixos.
Sabemos também que a negociação da recapitalização da banca foi fruto de muita discussão e está incluída no programa de assistência assinado com a Comissão Europeia, FMI e BCE.
Ao longo do último ano, foram várias as notícias que deram conta que vários bancos utilizaram a garantia do Estado para se financiarem. BES-1; CGD-1; BANIF-1; BCP-1; BES-2; CGD-2; BES-3; BCP-2;
Ou seja, o Estado Português está a dar garantias que paga caso os bancos não possam pagar para que esses mesmo bancos se possam financiar e injectar dinheiro na economia. Se isto está correcto ou não, não tenho opinião formada. Agora que se trata de uma interferência do Estado no negócio entre privados, lá isso trata.
Bem sei que esta decisão não é do actual Primeiro Ministro. Mas foi este Primeiro Ministro que afirmou que "Nós não queremos um Estado que apoie algumas empresas e não outras."
O que está agora a acontecer é exactamente isso. O Estado está a apoiar um conjunto de empresas e outras não. Ora vejamos: A banca não tem matéria prima para vender, o Estado ajuda a banca a adquirir matéria prima. Um restaurante não tem carne para vender, o Estado não o ajuda a comprar a carne que precisa para vender as refeições.
Repito, esta decisão não partiu do actual Governo, já vinha de trás e é uma medida aceite, sugerida e posta em prática para lá da nossa fronteira.
O que me levou a escrever, não é o facto de haver uma linha de financiamento para a banca apoiada pelo Estado. Mas sim o destino que está a tomar esse finaciamento conseguido com a ajuda do Estado.
Isto porque o Estado Português (todos nós) anda pagar juros de um empréstimo de 12 mil milhões de euros da Troika que estão disponíveis para serem utilizados pela banca. Anda o Estado Português a assumir um risco de incomprimento por parte dos bancos quando dá uma garantia e depois o pouco dinheiro que a banca tem disponível para emprestar vai para meia dúzia de empresas/organizações. Isso é que está errado!
O Governo comprometeu-se a ter "uma palavra a dizer nas prioridades de concessão de crédito" quando a banca pedia ajuda ao Estado e neste caso acho que devia dizer se concorda, ou não, com a prioridade que 3 bancos: BCP, BES e CGD estão a dar aos seus escassos recursos num empréstimo ao Grupo Económico José de Mello na OPA sobre a Brisa. Estamos a falar de um valor na casa dos 450 milhões de euros que poderão ir de uma vez só para um único negócio entre particulares em Portugal.
Isto, num momento em que sabemos que o crédito está a diminuir, os spreads a aumentar e a recessão a colocar em alerta o processo de recapitalização da banca.
Curioso é o facto de o BPI, banco que até agora se negou a utilizar a garantia do Estado ter ficado fora deste negócio. Se calhar, tem outras prioridades, deverá ser a influência Espanhola La Caixa...
P.S. As fontes utilizadas nos pedidos de garantia do Estado (comunicação social) não são os melhores, mas essa informação deverá estar disponível na CMVM.
Sabemos também que a negociação da recapitalização da banca foi fruto de muita discussão e está incluída no programa de assistência assinado com a Comissão Europeia, FMI e BCE.
Ao longo do último ano, foram várias as notícias que deram conta que vários bancos utilizaram a garantia do Estado para se financiarem. BES-1; CGD-1; BANIF-1; BCP-1; BES-2; CGD-2; BES-3; BCP-2;
Ou seja, o Estado Português está a dar garantias que paga caso os bancos não possam pagar para que esses mesmo bancos se possam financiar e injectar dinheiro na economia. Se isto está correcto ou não, não tenho opinião formada. Agora que se trata de uma interferência do Estado no negócio entre privados, lá isso trata.
Bem sei que esta decisão não é do actual Primeiro Ministro. Mas foi este Primeiro Ministro que afirmou que "Nós não queremos um Estado que apoie algumas empresas e não outras."
O que está agora a acontecer é exactamente isso. O Estado está a apoiar um conjunto de empresas e outras não. Ora vejamos: A banca não tem matéria prima para vender, o Estado ajuda a banca a adquirir matéria prima. Um restaurante não tem carne para vender, o Estado não o ajuda a comprar a carne que precisa para vender as refeições.
Repito, esta decisão não partiu do actual Governo, já vinha de trás e é uma medida aceite, sugerida e posta em prática para lá da nossa fronteira.
O que me levou a escrever, não é o facto de haver uma linha de financiamento para a banca apoiada pelo Estado. Mas sim o destino que está a tomar esse finaciamento conseguido com a ajuda do Estado.
Isto porque o Estado Português (todos nós) anda pagar juros de um empréstimo de 12 mil milhões de euros da Troika que estão disponíveis para serem utilizados pela banca. Anda o Estado Português a assumir um risco de incomprimento por parte dos bancos quando dá uma garantia e depois o pouco dinheiro que a banca tem disponível para emprestar vai para meia dúzia de empresas/organizações. Isso é que está errado!
O Governo comprometeu-se a ter "uma palavra a dizer nas prioridades de concessão de crédito" quando a banca pedia ajuda ao Estado e neste caso acho que devia dizer se concorda, ou não, com a prioridade que 3 bancos: BCP, BES e CGD estão a dar aos seus escassos recursos num empréstimo ao Grupo Económico José de Mello na OPA sobre a Brisa. Estamos a falar de um valor na casa dos 450 milhões de euros que poderão ir de uma vez só para um único negócio entre particulares em Portugal.
Isto, num momento em que sabemos que o crédito está a diminuir, os spreads a aumentar e a recessão a colocar em alerta o processo de recapitalização da banca.
Curioso é o facto de o BPI, banco que até agora se negou a utilizar a garantia do Estado ter ficado fora deste negócio. Se calhar, tem outras prioridades, deverá ser a influência Espanhola La Caixa...
P.S. As fontes utilizadas nos pedidos de garantia do Estado (comunicação social) não são os melhores, mas essa informação deverá estar disponível na CMVM.