sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Divulgação das escutas pelo SOL

Hoje o jornal SOL prestou um serviço péssimo a alguns jornalistas e políticos da oposição, e porquê?

Porque ao publicarem o jornal de hoje provaram que há total liberdade de expressão em Portugal. Os jornalistas podem escrever o que querem, seja legal ou não, que não há penalização por isso.

Não sou jurista, não sei se há base legal para a providencia cautelar ou não, sei é que foi tomada uma decisão judicial que não foi cumprida. Ou seja, a publicação do jornal de hoje é um crime contra o Estado de Direito. Agora resta ver qual será a penalização de quem não cumpriu a decisão. Eu já tenho resposta também, nenhuma!
É curioso que ontem, na véspera da publicação do grande número do jornal, que hoje deve bater o record de tiragem, NINGUÉM da administração ou da direcção do jornal estava a trabalhar. Estavam já todos em casa.

Hoje um professor de Direito diz numa rádio que o jornalista está protegido pelo segredo profissional para não divulgar as fontes, e está protegido pela liberdade de expressão/informação para divulgar aquilo que quer, ou seja o jornalista está completamente impune neste país. E mesmo assim ainda se queixam de censura? A comédia.
Outro jurista deu os parabéns aos oficiais de justiça que meteram a circular na imprensa as escutas, quebrando o segredo de justiça.
Deve ter sido aluno deste professor.

O problema da liberdade está na justiça. A liberdade de cada um termina quando interfere com a do vizinho, e quem interfere com a liberdade do vizinho não é punido, por isso pode-se continuar a abusar da liberdade.

Há que cumprir as regras, e quem não as cumpre tem de ser punido.

Já agora sabem quem é que em 2008 pediu uma providencia cautelar para que um grupo editorial (Impala) não publicasse notícias sobre si?? Manuela Moura Guedes.LOL...desde 2008 que o grupo Impala não pode escrever sobre ela. Uma jornalista que se queixa de falta de liberdade de expressão a impedir a publicação de notícias suas.

"Tenho uma profissão com visibilidade pública, mas a minha intimidade não tem qualquer interesse público que justifique que seja devassada desta forma"

Então e os outros não têm esse direito??

Belo paradoxo.

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