sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Tão ladrão é o que vai à vinha, como o que fica à espreita."

Diz-se que um dos factores que impede o desenvolvimento do nosso país é a lentidão na justiça. Eu diria que o problema é mesmo a justiça, ou a falta dela.

Já foram várias as discussões com a Teresa sobre Juízes, Advogados e todos os intervenientes da Justiça. Esses são os únicos responsáveis pela lentidão da justiça. Não sou eu de certeza.

Os Juízes (seres superiores..julgam eles, nem todos) não podem ser despedidos, nem acusados de incompetência, nem tão menos avaliados, são uma classe social completamente impune. Por isso é que têm progressão automática do seu salário ao longo dos anos, nem vos digo os valores para não vos estragar o fim-de-semana. Portanto, para quê chatearem-se? Mais vale deixar a coisa como está, que assim é que está bem para o lado deles. Trabalham muito? Talvez. Mas também ganham bem para isso. E não nos podemos esquecer de uma coisa, são funcionários públicos. Quem lhes paga somos todos nós.

Os Advogados, vendem-se a qualquer mafioso (nem todos, nem sei qual a percentagem, enfie a carapuça quem quiser). Por meia dúzia de euros perdem toda a ética e são capazes de defender a inocência de uma pessoa que sabem bem que é culpada. Todos têm o direito à defesa, não ponho isso em causa. Mas quando se sabe que uma pessoa é culpada, defender o contrário em tribunal é no mínimo crime. E quem comete crimes deve ser castigado. O advogado pode e deve tentar atenuar a pena, mas deve defender a justiça, e defender a justiça não é procurar ilibar um criminoso apenas porque a vírgula na lei não devia existir ou porque o dicionário jurídico não diz o mesmo que o dicionário "tradicional".

Este é o motivo pelo qual incentivo há uns anos a minha namorada, querida Teresa, a seguir uma carreira de magistrada, e de preferência juíza. O trabalho dos procuradores é pouco reconhecido, ainda por cima quando têm um juiz a avaliar. O procurador pode fazer um bom trabalho, vai o juiz da primeira instância e condena, vem o Sr. Desembargador e diz que afinal o criminoso é inocente.

Isto é uma pouca vergonha. Ou está a chamar incompetente ao procurador ou ao juiz que proferiu a primeira sentença. Há qualquer coisa que não bate certo. Na maioria das vezes os recursos safam sempre toda a gente. Especialmente aqueles que são mais endinheirados, ou que recebem cartas com um prefixo qualquer (Dr. Eng. Prof.).

Exemplo disto foi a absolvição do empresário Domingos Névoa, pelo Tribunal da Relação de Lisboa. Os juízes reconhecem que houve a tentativa de corrupção (considerada também provada pelo tribunal da Boa-Hora), mas absolveram-no porque ele foi corromper a pessoa errada. Para mim não o deveriam ter absolvido, deviam era ter condenado por corrupção e por burrice. Então uma pessoa vai corromper a pessoa errada? Não está certo.

Este senhor tem muita coragem...ainda bem que há pessoas assim!!

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