quinta-feira, 1 de abril de 2010

Há belas vidas não há dúvidas.

Numa empresa privada os accionistas podem definir como querem o valor do salário dos seus trabalhadores. Todos eles. Não me oponho a que pessoas ganhem seja quanto for. Apenas me oponho quando a disparidade é tal que por vezes pessoas que trabalham estejam em risco de pobreza, como infelizmente acontece no nosso país.

Eu próprio não me importava de definir, para mim próprio, um salário de 100mil euros mensais. Não me posso é esquecer que sozinho ninguém faz nada/fez nada.

O que não percebo é como se podem pagar salários altíssimos a gestores de empresas, que sendo hoje privadas, foram em tempos empresas públicas monopolistas, continuando a ser ainda hoje monopolistas.

No que diz respeito a nacionalizações/privatizações já dei a minha opinião.

Agora gestores em empresas privatizadas que detêm o monopólio do mercado receberem prémios gigantescos penso que é imoral. Não coloco em causa a competência das pessoas, e nem estou a falar de casos particulares. Apenas acredito que gerir uma empresa que é monopolista no mercado não é o mesmo de uma empresa a operar num mercado concorrencial.

Outra questão relevante é que não foi por mérito dos gestores/trabalhadores da empresa que se tornou dominante no mercado. Apenas por uma questão política de décadas. Em que determinados sectores eram garantidos por empresas públicas, mais tarde privatizadas.

Existe ainda outra questão de os lugares de topo serem ocupados (com devidas excepções) sempre pelos mesmos. Saltam de empresas para empresas mantendo sempre o estatuto de grandes gestores, embora nunca tenham criado e ajudado empresas a crescer/sobreviver no mercado. É "fácil" (para alguns) chegar ao topo de uma empresa monopolista e manter-se no topo durante anos saltitando de empresa para empresa, vários são os exemplos.

Fazem bem em aproveitar as oportunidades que a vida lhes deu. Quem sou eu para os censurar? Ninguém! Qual de nós não gostaria de lá chegar também? O problema é que quando lá chegam esquecem-se que alguém os ajudou a chegar lá e que há outros que não têm as mesmas oportunidades ("cunha-cimentos") e que por isso não têm menos valor.

A vaidade/humildade é algo que define uma pessoa, e não apenas o lugar que ocupam numa hierarquia.

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