A Ministra da saúde está bastante preocupada com a saída de profissionais do público para o privado, leiam-se médicos.
No nosso país apenas é médico tem estuda numa das 7 faculdades Públicas que ministram os cursos de Medicina, ou seja o curso é pago com o dinheiro dos impostos dos contribuintes. Ninguém deve estar impedido de fazer a carreira que quer, mas os médicos (assim como outras profissões) têm de entender que a medicina não é apenas uma profissão (tal como os policias, os bombeiros..etc) mas sim um estilo de vida que se escolhe ter, podem sempre trabalhar no privado mas respeitando as regras/leis e não esquecendo quem os formou como médicos.
No mês de Outubro um dirigente do SIM - Sindicato Independente dos Médicos, disse o seguinte: "Não concebemos não ter uma diferenciação idêntica à de outros licenciados da Função Pública. E vamos exigir remunerações equiparadas às dos juízes e diplomatas".
Mas será que os médicos não têm uma diferenciação idêntica à de outros licenciados da função pública? Será que não ganham mais que os Enfermeiros? Que os Economistas? Que os Assistentes Sociais? Que os Psicólogos? Mas porque é que se vão comparar aos diplomatas, que não trabalham no seu país de origem? Porque será que se comparam aos juízes que não escolhem onde trabalham e não têm a opção do privado?
É fácil saber quanto ganha um médico (aqui), será muito? Pouco? Não sei. Certamente os valores não são estes no final do mês, porque se for ao Sábado são 2x, se for a noite 1,5x se for isto...não sei quê. Só sei que em todas as profissões as pessoas se queixam que ganham pouco, sempre será assim. Mas os médicos utilizam um argumento diferente, o da chantagem. É óbvio que são necessários médicos no sector público e por isso há sempre a necessidade de abrir os cofres e subir os valores se não corre-se o risco de apenas haverem médicos no privado.
Mas..estava aqui a imaginar.. e se isso acontecesse? Havia de ser bonito ver as companhias de seguros a irem todas a falência (como aconteceria no caso de cobrirem exames ao vírus H1N1 aos seus clientes) e os médicos sem "clientes" no privado a fugirem todos para o Hospital de Cascais.
Já agora quantos de vocês é que quando vão ao médico (público ou privado) são atendidos à hora marcada? Eu não. Uma das últimas vezes que fui ao médico reparei na lista de "clientes" desse dia, eram consultas de 12 em 12 minutos. Há-de sair daqui um diagnóstico esperto deve, por isso é que fui a 5 médicos e nenhum me disse o mesmo. Houve até um que com a pressa, nem viu os exames, 25 segundos de conversa chegaram para me dizer que fazia operações às 5ªs feiras.
Se calhar está na hora de implementar medidas como as da Força Aérea. Quem tira o curso na Universidade Pública ( e são todos..a não ser os que tiram os cursos no estrangeiro) tem de trabalhar no público 10-20-30-40 anos para "pagar" o curso, nem que sejam 10h por semana. Seria uma regra estabelecida à partida, por isso quem for para Medicina já sabe com o que pode contar.
Por curiosidade fui ver o Juramento de Hipócrates, momento alto na consagração de um estudante de medicina e achei curiosos alguns dos juramentos feitos:
"Prometo solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade".
"Exercerei a minha arte com consciência e dignidade."
"Faço estas promessas solenemente, livremente e sob a minha honra."
Fico-me por aqui...
P.S. quando falo em médicos no post não me refiro a todos, há Médicos no privado e no público e há Me(rcenarios)dicos no público e no privado.
Mais um post digno de uma coluna do "Expresso", não podia estar mais de acordo.
ResponderEliminarIdem.
ResponderEliminarSubescrevo.
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